domingo, 29 de março de 2015

Estudantes de escola pública são premiadas em Feira de Ciências de São Paulo

Gazeta do Oeste - Alunas de escola pública de Mossoró foram premiadas com o quarto lugar geral durante a 13ª Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (13ª FEBRACE), que aconteceu entre os dias 16 e 20 deste mês, em São Paulo. Bárbara Amorim, Luana Carlla e Ana Leonísia são alunas do terceiro ano da Escola Estadual Aída Ramalho Cortez Pereira e apresentaram um projeto que construía blocos de tijolos sustentáveis.
Elas explicam que o projeto “De sacos a calçadas: uma construção sustentável”, com subtítulo “Transformando o papel Kraft em blocos ecológicos” trabalha com sacos de cimentos que são retirados das ruas, e surgiu em julho do ano passado, para ser apresentado na feira de ciências da escola. “Percebemos que nenhum centro de reciclagem aproveitava os sacos de cimentos, devido aos resíduos, mas nós aproveitamos o próprio resto de cimento para fortalecer o bloco”, explicou Ana Leonísia.
Com o segundo lugar na classificação na escola, o projeto foi selecionado para a feira regional das Direds, juntamente com projetos de escolas públicas estaduais de municípios vizinhos, onde também ficaram em segundo lugar. Este último evento possibilitou a classificação para a IV Feira do Semiárido, onde o projeto recebeu várias premiações, além da classificação para a Febrace e a pré-seleção para ser apresentado em Londres.
O projeto trabalha a reutilização de sacos de cimentos que foram retirados de ruas nas proximidades de fábricas e empreendimentos da construção civil. “Misturamos 70% de um saco com 600 gramas de cimento, 435 gramas de areia. O saco fica de molho na água, depois é triturado, a mesma água é utilizada para a composição do tijolo de um quilo e 300 gramas, que suporta 1,7 toneladas”, explicou Bárbara Amorim.
Na Febrace, a forma de avaliação foi semelhante às feiras as quais o projeto foi apresentado, sendo os avaliadores os professores da Universidade de São Paulo (USP). “Eles avaliaram criatividade, relevância, método científico e sustentabilidade, divididos por temas em engenharias e ciências”, disse Luana Carla.
Dos 90 projetos da área de engenharia, de escolas públicas, particulares e Institutos Federais, as alunas do Aída Ramalho conseguiram o quarto lugar na classificação geral. “Muitos nos confundiam com estudantes universitários, devido à relevância da nossa pesquisa, sendo que somos do ensino médio e nenhuma de nós faz curso técnico nessa área. Todos diziam que era uma pesquisa muito aprofundada para o ensino médio e de escola pública”, disse Bárbara Amorim.
As meninas confessaram que antes nunca davam muita importância a feiras de ciências escolares, mas que a partir de então estão mais estudiosas e o professor confirma. “Está sendo muito válido como experiência pessoal para elas, mas também em termos de educação. Elas puderam perceber a importância de uma pesquisa científica e estão até mais interessada na escola”, disse o professor Pereira Dantas, orientador das alunas no projeto.
A Febrace foi a última etapa da classificação para a feira em Londres. O resultado sairá no início de abril e a feira na Inglaterra está prevista para o mês de julho deste ano. Além das alunas do Aída Ramalho, mais 15 projetos de escolas do Rio Grande do Norte participaram da Febrace.

Nenhum comentário:

Postar um comentário