domingo, 10 de maio de 2015

Game sobre câncer ajuda pacientes na luta contra a doença

Game tem objetivo de aproximar criança de um mundo mais lúdico, tendo como reflexo uma personagem que está inserida em sua realidade. Foto: Ednilto Neves
Game tem objetivo de aproximar criança de um mundo mais lúdico, tendo como reflexo uma personagem que está inserida em sua realidade. Foto: Ednilto Neves


Com o objetivo de tornar a luta contra o câncer menos dolorosa para crianças e adolescentes que enfrentam o problema, o estudante de Enfermagem, Paulo Paiva, desenvolveu um game sobre a doença. “O Projeto Supercriança visa a humanização no atendimento de crianças que estão sendo submetidas a tratamento quimioterápicos a partir da utilização de jogos digitais para que as crianças distraíam suas mentes durante a quimioterapia”, revela o estudante, que está feliz com a repercussão da iniciativa e começará a disponibilizar o jogo para tablets e celulares.
Tudo começou com uma visita ao Centro de Oncologia e Hematologia de Mossoró (COHM). Paulo observou que os pais entregavam tabletes e celulares para as crianças se entreterem durante a quimio, tratamento que tem vários efeitos colaterais, como náuseas. “A ideia geral é utilizar jogos durante a quimioterapia para que as crianças não fiquem ociosas durante o tratamento”, explica o idealizador do projeto.
Foi assim que surgiu a ideia de criar um game para que os pequenos brincassem enquanto recebem o tratamento. “O jogo, ele tem esse diferencial de puxar a atenção da criança, que se ‘desliga’ do mundo, se ‘desliga’ do próprio corpo”, detalha.
Em pesquisa realizada pelo aluno, ele constatou que não existiam jogos em que o personagem principal (super-herói) fosse uma criança negra. Por este motivo, resolveu criar um jogo centralizado em um menino negro e careca, que tivesse câncer. Em cada fase um tipo diferente de câncer é combatido. A roupa da Supercriança é dourada, reforçando a identificação com o público-alvo do projeto, já que esse é o tom que simboliza a luta contra o câncer infanto-juvenil. Com essa caracterização, a ideia é mostrar às crianças que elas têm um super-herói que passa pelos mesmos desafios que elas, tendo em vista que, para poder ficar forte, este super-herói toma seus remédios corretamente e adere bem ao tratamento. “Isso tudo deve servir de reflexo para essas crianças que são verdadeiras heroínas”, destaca emocionado, o aluno.
A supercriança também reflete a postura dos pais. “Esse personagem é o reflexo dos pais que estão ali, que lutam com seus filhos e não desistem”, complementa.
Ele salienta que o interesse principal é o bem-estar do paciente. Paulo Paiva lembra que sempre que se fala em câncer, as pessoas pensam na cura, porque a doença é tratada, mas é preciso também tratar os pacientes. “Ele não visa a cura e sim a humanização do tratamento”, destaca.
VENDA
“Além disso, iremos negociar o jogo, para pessoas que queiram colaborar, a R$ 1,50, e esse valor será revertido para o Centro de Oncologia, a fim de ajudar no tratamento dessas crianças. Para os hospitais que trabalham na área, o jogo será gratuito”, frisa o estudante que, entre outros reconhecimentos, possui duas honras ao mérito e já estudou no exterior, com uma bolsa federal.
O projeto, orientado pelo professor Nicholas Morais, foi desenvolvido em um mês e meio. O tempo e o conhecimento foram os investimentos feitos no game que será exposto em eventos científicos.
O jogo ainda não está disponível no mercado. A intenção é de que quando as vendas forem iniciadas a aquisição seja feita pela loja Play Store. Essa comercialização já será integrada à conta do COHM, para que o dinheiro seja revertido, imediatamente, para a instituição. O Centro de Oncologia já abriu edital para viabilizar a comercialização do game. O jovem agora busca alternativas para divulgar o produto.
HISTÓRICO
Paulo Paiva é motivado pela vontade de ajudar ao próximo. Mas tão impressionante quanto a sua boa vontade é O currículo do jovem de apenas 20 anos. A solidariedade é um combustível para o potencial do estudante que passou em 17 vestibulares e antes disso, aos 15 anos, foi jovem embaixador do Brasil na Inglaterra, onde passou 19 dias.
O reconhecimento é resultado do esforço e dedicação, pois ele sempre estudou em escola pública, embora hoje frequente uma universidade particular, opção feita levando em consideração a estrutura da instituição de ensino superior.
Das dez melhores universidades do mundo, Paulo já conheceu três e mais extenso do que o seu histórico é a lista de projetos para o futuro.
Créditos: Gazeta do Oeste

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